A mulher da janela.

A mulher da janela e a solidão.

Na janela, todos os dias ela espera alguém passar, alguém que a veja.
Que olhe nos seus lindos olhos azuis.
Todos os dias ela espera que alguém, tire um minuto de tempo para fazer lhe uma pequena visita.
Ela cuidou dos filhos, cuidou do marido, cuidou zelosa da casa...
E agora os filhos cresceram, fizeram suas vidas, constituíram  suas próprias famílias e se foram.
O marido querido se foi e com ele aquele companheiro de tantos anos, e tantas histórias.
Os amigos  continuaram seus caminhos, uns se foram outros se distanciaram.

E ela, todos os dias espera que alguém passe e veja seus lindos olhos, seu doce sorriso, seus cabelos brancos da longa jornada.
Todos os dias ela espera alguém passar, e da janela ela acompanha, os transeuntes passarem, o vaivém dos carros:
Espera passar a primavera, o verão, o outono e novamente inverno.

Ela espera da janela que alguém passe e descubra seu rosto atrás das cortinas, seu rosto na janela.
Ela espera um simples bom dia, um simples boa tarde!
Através da janela ela vê as pessoas indo e vindo... e ela fica ali...!
Quem sabe alguém vai achar um tempo para se voltar para aquela  janela.
E lá estará ela, com lindos olhos azuis, o sorriso mais doce do mundo!!!