domingo, 16 de junho de 2013

"Manifestações e protestos em São Paulo"



Sobre os preços das passagens em S. Paulo

Começou em S.Paulo, Rio de Janeiro, Brasília.
Agora conta com o apoio de vários países: França, Espanha, Bélgica, Canadá, Argentina, Alemanha Estados Unidos.


Temos acompanhado o movimento contra os preços da passagem que começou em São Paulo.
As reações estão divididas entre os desconfiados, os inconformados, os incrédulos, os conformados.
Tem aqueles que são prejudicados, os operários que na maioria, esperam  o transporte público para chegarem ao local de trabalho.
Os motoristas que não usam o transporte coletivo, mas que sentem o trânsito ficar bloqueados por conta das passeatas.
Os motoristas de unidades de saúde, que têm muita pressa de chegar ao destino, encontram o trânsito mais lento,
Os totalmente contra.
Os estudantes, com horários para chegaram as aulas, chegarem atrasados.
Os executivos sobrecarregados de compromissos, veem sua agenda apertada ser afetada.
Os observadores que a distância apenas palpitam.
São vários desconfortos
Várias correntes, várias opiniões
.
Entre os manifestantes estão:

Os simpatizantes,

Os que vão apenas pelo embalo da novidade.
Uns vão apenas por  politicagem,
E aqueles que querem uma mudança significativa no panorama econômico, político no país.

Entretanto o movimento é crucial, num momento em que o  Brasil atravessa a maior crise de corrupção e impunidade no país.
O descontentamento, a insatisfação, a diferença social chegou em um ponto, onde os mais privilegiados estão sendo mais favorecidos.
O pais passa por um período de impunidade tão calamitosa, que se chega  pensar que dá vergonha de ser honesto.
O país entrou em colapso com a saúde, educação, moradia, habitação, cidadania.
Não falemos em partidos, o que vem ocorrendo agora não é a influência desse governo, o país arrasta há várias décadas a incompetência de governos inabilitados, inescrupulosos, com interesses distorcidos de coletividade.
 Esperemos que essa manifestação, traga frutos em todos os setores.
Que o brasileiro explorado diariamente com impostos altíssimos seja desonerado.
Governos, parem de achar que o povo é burro só porque é um povo pacífico.
Deixem de imaginar que são os proprietários deste solo valoroso.
Basta de tanta impunidade e corrupção.
O país precisa ser renovado, reformulado, reorganizado.
Precisamos de governos que se preocupem com o social, que pratique a justiça, a cidadania, governos que priorizem o verdadeiro interesse do povo.
O brasileiro está saturado de ser explorado, ignorado,
Chega de expor o país para o mundo apenas como o país do futebol, carnaval, e maracutaias .
Chega de sermos comandados por uma mídia interesseira e massificante.
Chega dos desmandos de governos como o de Minas Gerais que proibiram  manifestações no seu Estado.
Chega de um governador que irresponsavelmente repassa seu dever de governar seu povo, oferecendo aos policiais prêmios para que diminuam a violência no estado, como se isso fosse responsabilidade das forças armadas, passando a estes sua incompetência em gerenciamento.
Basta de exportar imagens de nossas mulheres como comércio fácil de prostituição em paisagens paradisíacas, com  trajes reduzidos em festas carnavalescas.

Temos um país que tem muito mais que isso, temos um território imenso com inúmeras possibilidades, temos terras, água, um clima especial, riquezas abundantes, fauna, flora excepcionais.
Temos um povo honesto, trabalhador, pagador de impostos embora altíssimos, temos coragem, brio.
Somos um povo gentil, hospitaleiro.
Acreditamos que o país pode melhorar, deve melhorar.
Queremos ver um Brasil, de grandes nomes nas ciências, na tecnologia, na medicina, na cultura.
Queremos ver nosso povo trabalhador exercendo suas profissões com salários justos, em ambientes dignos.
Queremos o fim da indústria da Seca no Nordeste.
Queremos ver nossos jovens serem assistidos para  que não sejam usados na  ditadura  das drogas.

 Que esse momento seja de mudanças, refletir e criar o  máximo possível de oportunidade de livrar o país deste incômodo da conivência com a injustiça, inverdade, impunidade.
Queremos um Brasil, mais justo, mais coerente, mais transparente!.


sexta-feira, 14 de junho de 2013

A tragetória do herói desconhecido "J.C.F.O"



Homenagem.

 J.C.F.O

Herói Anônimo.
Homenagem Especial.

Companheiro, camarada, irmão amigo fiel, conselheiro, parceiro, defensor, etc.

Muitas vezes quando lemos, ou ouvimos, sobre algum episódio ou fato , contadas sobre a trajetória de um povo, deduzimos situações,  personagens desconhecidos, que não são relacionados ou citados no decorrer da história.
Temos personagens que não tem  seus nomes ou  ações inscritos ou difundidos , entre os inúmeros heróis divulgados em  revistas, jornais e  manchetes,
E nem por isso deixam de ser heróis que viveram a vida, marcharam no seu tempo, marcaram épocas, deixaram rastros e significativamente, atuaram, em segmentos diversos na história da humanidade.

São homens, são mulheres que se distinguiram em ações ou atitudes, deram um novo conceito para antigas ideias .
São pessoas que mesmo no anonimato tornaram se líderes atuantes em algum momento da história..
Não tiveram medo, ousaram, discordaram, atuaram, perderam noites de sono, engoliram o nó da garganta e foram em frente, destemidos.
E mesmo com o coração apertado pela insegurança, pela  dúvida, incertezas,  enfrentaram com  cara e  coragem o que viria pela frente, mesmo temerosos do futuro duvidoso, não recuaram diante dos obstáculos.
Mesmo no escuro do que viria depois, abandonaram o comodismo e decidiram ir em frente, em busca de sonhos,  de ideais.
Sem certezas, apenas um forte  desejo de  romper com velhos padrões, com realidades  falidas.

Esta é uma homenagem ao   herói anônimo " J.C.F.O."
Nascido aos 03 de Junho de 1962, de família sem posses, em uma cidade do interior.
Educado, instruído,  amoroso com a família, leal, honesto, justo;
Família pobre, rica em  ensinamentos de comportamento ético, e justo.
Desde muito  jovem tinha encravado no cérebro e no coração que todo ser humano, independe de raça, cor, credo, tem que ser respeitado, todo cidadão tem direitos iguais.
Educado para honrar, jamais tirar um centavo de quem quer que  fosse .
Criança normal, brincadeiras, traquinices, próprias de criança criada em cidade interiorana. Futebol na rua, pega pega, esconde esconde, bolinha de gude, pipas.
Cresceu, tornando-se um  jovem  diferente dos outros jovens, cresceu com ideais, questionador e inconformado.

Em tempos de restrições,  qualquer um que não se acomodasse ao sistema, ousasse ser diferente, contrariasse os interesses das grandes indústrias, os grandes mercados de consumo, seria considerado irregular, visionário, esquerdistas,  comunistas, reacionários ou lunático.
Nesse tempo, a maioria temia e não se opunha aos desmandos das grandes potencias, principalmente estrangeiras instaladas no país, que traziam seus empregados subordinados a regimes de verdadeira escravidão, pagando salários menores dentro do país,
Filiou-se à um partido, e dentre todos os companheiros seu diferencial era a eterna luta para diminuir  barreiras das classes sociais, integrar os marginalizados, lutar contra desmandos de poderosos, incansável luta pela aplicação da justiça.
Participou das primeiras greves, compôs com outros companheiros à oposição ao sistema, aos capitalistas,  ao imperialismo.
Lutou à  frente das primeiras manifestações, deitou no asfalto, no chão em rodovias, tomou chuva, sol,  bronca, foi  hostilizado, ameaçado,
Sofreu preconceito, foi difamado, marginalizado, mas levantava a bandeira da reivindicação dos trabalhadores assalariados, dos menos favorecidos.
Lutou contra a globalização, não aceitou compactuar com a maioria,  inclusive, (uma marca própria sua),  jamais usava uma peça de roupa que ostentasse a marca de alguma grife, qualquer que fosse!

Cursando filosofia,  no meio de tantos sábios, pensadores, acabou  perdendo-se ,  não concluiu  os estudos.
Alguns o consideravam  meio lunático, diferente dos jovens do seu tempo, do seu meio.
Como todo herói, também tinha sua luta interna e dificílima, dependência de vícios, que o arrastavam cada vez mais para o fundo.
Não se adequou à seu tempo, à vida real, seu idealismo era forte o bastante para dividir sua vida entre ideais e realidade.
Em um mundo totalmente globalizado, materialista, mundano, fica insuportável,  não se adaptar à maioria,
Não conseguiu mudar o mundo, não conseguiu mudar seu tempo,
Deixou uma mensagem de esperança aos  inúmeros trabalhadores,  vítimas de patrões opressores, fábricas que oprimem operários, salários que são incompatíveis com as funções exercidas.
Na lista dos grandes homens que tentaram vencer  estas lutas,  citaram  nomes de alguns companheiros,  você esteve lá, fez a tua parte.
Nas fotos,de grandes jornais,  estamparam figuras que atuaram ao seu lado, sem uma referência a teu nome.
Porém sabemos, testemunhamos sua trajetória.

Não saberia traduzir em palavras tua personalidade, desempenho, vitória, excentricidade,  radicalismo.
Não conseguiria  colocar no papel tua forma de pensar tão próprias de ti mesmo.
Brilhante, intransigente, sábio, complexo.
Em um relacionamento, durando 09 anos, não quis ter filhos, dizia não estar preparado para deixar uma herança neste mundo,  com tantas  diferenças.
Não teve uma  vida longa, morreu precoce, infelizmente , não conseguiu vencer-se a si mesmo, aos 36 anos, veio a falecer.

Minha homenagem,

Um brinde , Grande Herói Anônimo.
Grande Saudades.

Uma de suas frases prediletas:
Quando via alguém muito mau ou praticando alguma ruindade.
Dizia.: "Esse cara não tem religião".
.

terça-feira, 11 de junho de 2013

" Z.P.O." Uma vida de coragem e luta.



Homenagem a Z.P.O.


"Pequena e Grande mulher."

Um relato da trajetória da vida desta grande mulher.

Nascida em cidade interiorana.
Filha caçula de quatro irmãos, três mulheres e um homem. Perdeu o pai aos dois anos, e aos nove anos perdeu a mãe.
Filha mais nova, passou a viver com uma das irmãs mais velhas,  desde tenra idade, aprendeu os ofícios do cuidados da casa,  o esmero a preparar as refeições, foi poupada, e forçada logo cedo a aprender qual gente grande, que a vida não é fácil.
Trabalhou na roça, ajudando no orçamento, trabalhou na lavoura, aprendeu a se comportar.
De índole meiga, determinada,corajosa, aprendeu desde cedo a ser forte.
Não foi a escola, era muito longe, o caminho perigoso, as tarefas da casa eram ainda as mais importantes, laborar era preciso, se todos plantassem,  tinham o que comer, se todos trabalhassem, teriam alimentos e poderiam vender uma parte que seria separado para troca  por alguns produtos que não eram fabricados por eles mesmos.
Muito jovem, conheceu um rapaz, tocador de violão, pandeiro e animador de bailes, trabalhador honesto, morador das imediações do sítio onde morava.
Quando se morava nos sítios  longínquos das cidades, o costume era apresentar o rapaz a família, se esta aprovasse, pedia-se a bênção dos tutores, dos pais, ou dos parentes mais próximos,  quando aparecesse algum funcionário dos cartórios pelas redondezas,  oficializava-se o casamento. O trajeto era muito longo, não se dispunha de  transporte eficiente, o mais comum  era ao lombo dos cavalos,  charretes somente em casos  especiais.
A irmã concedeu a moça e então foi morar com esse jovem.
Vida difícil, vida de calos nas mãos, tirar água de poços, buscar lenha no mato para alimentar o fogão,
lavar a roupa no riacho, plantar e preparar as refeições.
Logo vieram os filhos:
A primeira filha, menina bonita, risonha, carinhosa, faceira.
O segundo Deus levou com sete dias.
O terceiro, menino corado, bonito, forte, corajoso,
A quarta  menina sadia, irrequieta,
O quinto, menino formoso, rechonchudo, meigo.
A sexta, menina pequenina, loura, viva, ligeira.
O sétimo menino, moreno, miúdo.
O oitavo menino louro, branco como a neve,
A nona, muito tempo depois, suave, doce e forte, meiga e geniosa.
Até  a quarta  filha moraram entre dois sítios perdidos no sertão, de propriedade de conhecidos e compadre, e logo após passaram a ser meeiros, prática muito usada no interior,  onde arrenda-se a terra ou a lavoura de algum produto, pagando ou recebendo no final da safra.
Desde modo, foram  criando os filhos com extrema dificuldades, passaram por inúmeras crises financeiras, as vezes faltando até alimentação adequada  para uma família tão grande. As vezes faltava dinheiro para o básico, faltava vestuário, calçados.
Da terra tiravam algum sustento, mas faltava os derivados.
Cansados da árdua luta dos campos, das plantações, resolveram  juntar a prole e morar na cidade, o que trouxe problema duplo, se no sítio podia encontrar com dificuldade algum alimento da terra, na cidade, a coisa era mais escassa, tinha que trabalhar, para ganhar algum dinheiro e poder comprar alguma coisa, e emprego não tinha, senão fazer parte dos que pegavam um caminhão bem cedo, trabalhar na colheita de algum fazendeiro, e retornar a noitinha com uns poucos trocados.
A casa era de tábuas, encapadas com barro, o chão era de terra batida,  as camas eram estrados de madeira onde colocavam os colchões de penas de aves, os cobertores eram confeccionados com retalhos de roupas velhas, o fogão a  lenha, buscada nas redondezas, gravetos caídos de árvores a beira de algum caminho. Televisão, nem pensar, tinha um rádio velho que informava as notícias e o jornal do Brasil,  a rua de terra, onde escorria a enxurrada nas épocas das chuvas, e na época da seca, levantava o pó, que inundava tudo.
Tinha pé de goiaba, mandioca e milho no quintal, tamarindo no vizinho,
Tudo muito rústico,entretanto muito limpo,
Nasceram  outros três filhos, época de escassez ,  dificuldades,  poucas oportunidades, crianças pequenas, sem recursos, sem regalias.
Procurando amenizar um pouco a penúria, foi procurar roupas para serem lavadas em casa, eram lavadas a  mão ( não existia tanques, nem lavadoras automáticas), fazia se uma engenhoca com  uma peça de madeira apoiada em outra madeira, parecia um tobogã, e a roupa era lavada assim, e passadas a   ferro de brasas, fazia pirulitos,(uma calda de caramelo, embrulhadas em papel em forma de cone) para o filho mais velho vender na praça,
Havia um parente que possuía uma revenda de carnes,  o que não vendia, tornava-se na maioria das vezes,  a "mistura", para toda a família.
Os maiores iam a escola, os pequenos ficavam na barra da saia da mãe, a brincar com espigas de milho, como bonecas, os meninos faziam carrinhos de madeira, bolas de meias já furadas, recortavam papéis velhos para fazerem pipas e faziam o enterro de formigas, cobriam as cabeças com  toalhas a fingirem que o cabelo era comprido,
Os maiores ajudavam a cuidar dos menores, ajudavam a mãe na entrega da roupa lavada, brincavam na rua ao entardecer, subiam em árvores, corriam na enxurrada quando chovia.
A vida era dura, uma família numerosa, com recursos escassos.
A filha mais velha, já meio mocinha veio a conhecer um rapaz e logo se encantaram e se casaram, o encantamento foi tão rápido para começar como para terminar. Resultando na geração de uma filha.
O filho mais velho aventurou-se a seguir um tio, para uma  distante cidade mais prospera, e logo a filha mais velha veio a acompanha-lo. Apareceu o desejo na família, induzida a sonhos de uma melhor qualidade de vida a se mudarem para esta outra cidade, distante o bastante para deixar tudo para trás, os parentes,  os amigos, a velha miséria,.
Juntaram os poucos pertences e lá foram eles, entretanto as flores sonhadas, o conforto esperado estava muito distante. Todos foram forçados a se confinar num cubículo  de quatro paredes, os mais velhos encontraram sub empregos, novas necessidades, novas dificuldades.
Entre um ano, mudaram para três bairros , cada um com uma nova dificuldade, com novo desafio, até que o marido procurou emprego em uma cidadezinha próxima, que estava começando a progredir e logo trouxe a família para ali residir.
Mais uma vez a realidade estava fora de ser confortável, longe de ser o ideal, a primeira moradia podia ser chamada de moradia coletiva, sanitário coletivo, casa de madeira, piso de terra batida, quintal dividido para várias famílias, ai se aprende a compartilhar e estabelece-se um acordo mútuo para a sobrevivência geral.
Os filhos maiores começam a trabalhar, ora "catando algodão", "apanhando laranjas", prestando serviços em casas de família, em fábricas de tecelagens, crescendo, começam a estudar.
Mais uma vez a vida rural os chama e iniciam a tentativa, buscar a sorte com uma plantação de tomates, se houvesse safra boa e o preço  bom, talvez desse um pouco de lucro, mais uma casa rústica de ripas de madeira, onde o vento e o frio entravam pelas paredes a dentro,  forçando os moradores a reforçarem os agasalhos.  A chuva entrava fina e escorria pelas paredes, molhando o chão e o que estivesse perto.
Não obtiveram sucesso, solução encontrada, nova moradia, casa de tijolos, um pouco mais confortável, mas no  período de chuvas, alagava tudo. A coisa ficou pior. tiveram que ser retirados  para um abrigo.
Novamente mudanças, desta feita para um quintal coletivo, divididos entre quatro famílias.
Os filhos já haviam quase todos  crescidos, um já estava se casando,  outros começaram a namorar, estudavam e já começando a trabalhar. Juntando todos a vida começava a dar sinais de uma visível melhora, O  marido consegue um trabalho melhor, puderam então adquirir uma casa  própria,  financiada, a  primeira da família., passando para uma fase de prosperidade.
Casou-se mais uma filha, a outra foi morar sozinha, um virou seminarista, outro filósofo, outro empreiteiro, uma jornalista,.
Pode então descansar da labuta, da peleja, podia desfrutar da vida, até então árdua  e sofrida.
Conheceu a fartura, a despensa cheia, a casa bonita, a agua encanada, a luz elétrica devidamente ligada, os eletrodomésticos, os shopping, as grandes magazines, o pagamento a vista das contas, pôde ter várias peças de roupas, alguns pares de calçados.
Perdeu um dos filhos de maneira trágica, que tirou o chão da próspera família, logo após enterrou outro filho nos entreveros da vida.
Casou e recasou os filhos, teve netos, bisnetos. 
Ficou doente, fez tratamento doloroso e prolongado, recuperou-se, fortaleza ambulante.
Frequentou a comunidade, doou-se a serviço da Igreja, dividiu seu tempo entre a família e o serviço pastoral, fez inúmeras amizades, duradouras, viajou o país, visitou o estrangeiro.
Mulher grandiosa, tirou forças de onde não tinha, socorreu a família nas necessidades financeiras, nos relacionamentos difíceis, ligeira vinha em auxílio a quem precisasse, socorria  vizinhos,  amigos,  desconhecidos conheciam seu desprendimento, vinham  achegando, encontravam calor e  conforto.
Foi mãe adotiva de quem quer que passasse  por perto. Adotava a todos.
Tornou-se grandiosa árvore que dá sombra e abrigo a quem precisasse.
Serena, de olhar cativante, ternura nos gestos,
Força nas atitudes, decidida nas decisões
Empreendedora, disposta, incansável.
Disponível, acolhedora.
A doença a acolheu, trazendo um imenso sofrimento a toda família e a todos que a rodeavam.
Foram dias de resignação, entrega, sofreu pacificamente.pacientemente.
Continuou meiga, doce, serena.
No leito do hospital, cativou a todos os que a atendiam,  deixando seu rastro de personalidade, exalando ternura, desprendimento..
Despediu-se da vida, serena, tranquila, ao redor,  lágrimas e manifestações de carinho
Saudades eternas.
Com presença marcante nos corações que ficaram,  deixa a certeza de uma vida dedicada à família, aos outros, agregados, companheiros de jornada.
A marca de sua presença não será apagada, deixou frutos.
Em cada um que compartilhou  sua permanência na terra.
A morte não a venceu, seu exemplo permanece.
Descanse em paz, na certeza de ter feito o melhor,
Foi heroína de sua história, na luta, na garra, na coragem.
Obrigada, Deus por esta Pequena Grande Mulher.






sábado, 1 de junho de 2013

"Medo da solidão".

mariaali


Nós diante de nós mesmos.

O temor da solidão.
O horror a ficar sozinhos.

Estamos cultivando barulhos,
Presenças indesejadas.
Que nos fazem mal
Não nos respeitam.
Não nos dão atenção.
Não nos trazem satisfação.
Não nos fazem melhores em nada.

Empenhados em nos livrar da solidão.

Entramos em relacionamento errados.
Incoerentes,
Fadados a não dar certo,
Relacionamentos perigosos.

Para não ficarmos sozinhos.

Preenchemos o tempo com qualquer coisa.
Qualquer atividade.
Qualquer direção.

Fugimos de nós mesmos.
Ao apagar as  luzes,
No silêncio das pessoas ao nosso redor.
A casa vazia.
Nos cantos da noite.
Fechar as cortinas.
Olhar para nós mesmos.
Fingir que não estamos sós.

A solidão será bem recebida se,
Tivermos o coração preenchido de "um algo a mais"
Um sonho,
Uma esperança.
Uma suave impressão de nós mesmos.
Uma música a ecoar em nossos ouvidos.
Uma palavra doce a ser lembrada.
Um sorriso guardado na lembrança.
O livro que foi lido,
A grata satisfação de ter feito tudo o que podia.
A sensação do  dever cumprido.
A certeza de ter distribuído amor além da medida pedida.
O brando calor das palavras pronunciadas com gentileza.
A brisa refrescante do carinho doado.
O conforto de  ter a consciência tranquila.

Não estaremos sós.
Estaremos bem.
Mesmo sozinhos.!
















"O amor está sendo usado"




Em nome do amor.....




Em nome do amor.

Em nome do amor se mata,
Em nome do amor se morre,
Em nome do amor se prostitui.
Em nome do amor se perde a dignidade.
Em nome do amor se corrompe a inocência.
Em nome do amor se engana.
Amor ao dinheiro.
Amor ao poder.
Amor a fama.
Amor ao luxo e a riqueza.
Amor aos benefícios trazidos pelo poder.
Amor ao prazer.
Amor a paixões desenfreadas.
Amor.

Ele está sendo usado,
Sendo adulterado.
Sendo transgredido.
Sendo desperdiçado.
Sendo apenas rótulo.
Sendo apenas etiqueta de consumo.

E ele é tão magnifico.
Dele o ser humano se beneficia e cresce.
Dele a humanidade carece.
Dele os homens estão famintos.
Dele nos distanciamos.

Que pena!

O amor é tudo, e a gloria,
E a riqueza maior.
É o descanso dos fatigados.
É a doçura dos amargurados.
É a calmaria na tempestade.
É a beleza da inocência.
É a saciedade do universo.
É a certeza do coração.
É o sentimento puro e belo.
É o bem estar,
É o calor que aquece e ilumina.
É a paz tão procurada.
É a felicidade completa.

"A foto velha na parede".




  • A velha foto na parede, amarelada pelo tempo conta várias histórias.

  • São lembranças de um tempo onde tudo tinha sabor da verdade.
    Remetem a um tempo onde os jovens eram projetos de esperanças.
    As crianças eram educadas e ensinadas a respeitar a tudo e a todos.
    Os adultos eram homens honrados, a palavra valia pela assinatura.
    Os conceitos do certo e errado eram adquiridos pelos velhos  livros de sabedoria.
    As armas que se usavam eram os instrumentos de trabalho.
    Os sonhadores e altruístas representavam a teoria
    Os homens trabalhavam e ganhavam seus salários de seu próprio suor.
    Não se investiam em engenhos gananciosos, o tempo era precioso e laborar necessário.
    Não se tinha tempo para matar o tempo.
    A comunicação era cara a cara no decorrer do dia.
    Os filhos ficavam a sombra dos mais velhos que os acolhiam e recolhiam ao entardecer.
    As noites eram recheadas de histórias de heróis de bravura.
    A velha  foto na parede resguarda o passado, de lutas, de entrega.
    Elas nos dizem dos sonhos percorridos por nossos antepassados.
    Falam de amores, dissabores.
    Falam de pelejas,
    Imagino palavras, atos, paixões.
    Imagino sentimentos,
    Nos falam de histórias, que imagino ou que de fato aconteceram.
    A velha foto na parede envolvida em mistérios...
    Todas tem história, todas tem casos envolvidos.
    Todas tocam a imaginação.
    Foram reais um dia....

    Meu Deus, tende piedade do seu povo!




     Meu Deus!!!!

     Meu Deus!


    Venho Te pedir piedade!


    Quando nossa geração está sendo massificada pelo poder da mídia!
    Quando nossos jovens estão se afundando nas drogas!
    Quando tem gente passando fome, e outros jogando comida fora!
    Quando crimes estão sendo cometidos pelos "homens importantes", sem nenhuma punição concreta!
    Quando políticos estão alienando o povo e subtraindo deles toda sua  integridade, física, psíquica e moral.


    Quando crianças estão tendo sua pureza manchada pelas mãos sujas de atitudes covardes..
    Quando homens estão se matando de trabalhar por um salário de fome.
    Quando o assédio imoral das autoridades, em vez de proteger subjuga o cidadão.
    Quando a violência cresce assustadoramente em todas as camadas sociais.
    Quando o engodo que o povo mais pobre é empurrado a tolerar.
    Quando a juventude anestesiada, pelos anúncios e os comerciais, são induzidos a uma conduta incoerente e artificiosa.
    Quando os canais de comunicação, difundindo comportamentos, distorcem a integridade de nossa juventude.


    Quando atitudes burlescas e degradantes são adotadas como conduta.
    Quando o disparate entre as camadas sociais, são extremamente grandes.
    Quando argumentos são usados a revelia para comprar consciências menos esclarecidas.
    Quando o lançamento de ideias funestas são divulgadas,  no intuito de se instituir um comportamento padronizado e promíscuo.
    Quando uma sociedade se esconde em redomas de vidro tentando não ver o que lhe causa desconforto.


    Quando crianças são arrebatadas pelas ruas escuras da marginalidade.
    Quando moradores de rua tornam-se pessoas invisíveis para maioria.
    Quando a sociedade se afunda em meros discursos, e nenhuma atitude é praticada.
    Quando a miséria se torna assunto corriqueiro e banal.
    Quando a inocência morre diariamente.
    Quando guerras são justificadas pelas ignorâncias sociais.
    Quando vemos  crianças sendo abandonadas ao seu próprio revés.
    Quando os idosos são considerados cargas pesadas.
    Quando a justiça se destitui de integridade.
    Quando a injustiça predomina em toda sociedade.
    Quando o mundo  carece de direção e afetividade.
    Quando as  pessoas esquecem o que é a solidariedade.
    Quando o mundo inverteu os valores essenciais.
    Quando se perde a noção do certo e o errado.
    Quando a civilização caminha errante em busca de quimeras efêmeras.
    Quando se pratica a individualidade.
    Quando o mundo está envolto em discórdia, ganância, intolerância.
    Quando deixou de ser praticado a partilha.
    Quando seguimos,  cegos, surdos, insensíveis aos gritos dos menos favorecidos.
    Quando a pobreza não é só material.
    Quando o amor está  vulgarizado.
    Quando carece-se de atitudes altruístas.
    Quando estamos vendo tudo desmoronar ao redor e não nos importamos.
    Quando tudo está como está. e não fazemos nada.......


    Piedade Senhor.
    Tem piedade deste povo.


    Tem piedade de nós!!!!!!