sábado, 25 de janeiro de 2014

"O Brasil e os "rolezinhos"

 

Brasil e os "rolezinhos"

Estes fatos revelam um país atolado em discriminação social, racial.
Em shoppings do país, onde se subentende-se que só deva ser frequentado por consumidores de alta renda.
Os rolezinhos, onde jovens de baixa renda tentam entrar em um mundo onde, por pura "suposição", deveria entrar só gente de aparente alto poder aquisitivo, bem vestidos. etc..
Um mundo criado a  parte, para um número xis de pessoas pré selecionadas, e os demais estariam excluídos e banidos dessa sociedade pretensiosa e  desrespeitosa dos direitos de que "todos tem os mesmo direitos" , e  "todos tem o direito de ir e vir".
Momentos de pura descriminalização do ser humano, principalmente do jovem que estuda, trabalha, tem família, e por uma condição do destino não nasceu em berço de ouro.
Infelizmente a sociedade se divide e a maioria dos frequentadores dos "distintos" estabelecimentos se dão o direito de julgar quem deve entrar ou não.
Cidadãos então se sentindo no direito de marginalizar , discriminar, jovens, apenas pelas posses sociais, comprometendo a democracia de sermos um país livre.
Os governantes fecham os olhos e ouvidos diante desse impasse, que ultraja o povo brasileiro trabalhador, que paga, imposto como todos os outros.
Os governos estão desatentos que essa parcela da população também vota, e pode escolher os futuros eleitos do país.
Os donos dos shoppings, ávidos de poder e ganancia, e já com seus bolsos cheios, se dão o luxo de escolher quem querem atender. e claro , os " ilustres" frequentadores não iram se recusar a fazer parte dessa aberração  em defesa do gênero humano brasileiro.
Lamentável, desumano, um país que cresce a cada dia, se deparar com tal pobreza de valores, promovendo a injustiça, a desigualdade, o preconceito. 
Lamentável que o apartheid no Brasil esteja tão arraigado nos corações e mentes, muitas vezes em senhores conceituados e portadores de diversos saberes.
Lamentável que nessa geração ainda se cultue as exclusões sociais, o desrespeito a vida, a desumanização da sociedade, pregando uma sociedade racista, elitista, medíocre e preconceituosa.
Hoje a letra desta música parece incorporar o sentimento dos excluídos que viram barrados seus direitos de ser incluídos, mesmo que seja em apenas uma visita ao shopping.

 

Cidadão

Zé Geraldo?

Tá vendo aquele edifício moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me chega um cidadão
E me diz desconfiado, tu tá aí admirado
Ou tá querendo roubar?
Meu domingo tá perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar o meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer
Tá vendo aquele colégio moço?
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Pus a massa fiz cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem pra mim toda contente
Pai vou me matricular
Mas me diz um cidadão
Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar
Esta dor doeu mais forte
Por que que eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer
Tá vendo aquela igreja moço?
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá sim valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que cristo me disse
Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar

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